06 Maio, 2007

Risco genetico de infarto do miocardio

Foi identificado trecho do DNA que aumenta o risco de infarto no miocárdio. Presença de duas cópias do “alelo de risco” pode aumentar probabilidade de 30 a 60%.

Dois grupos independentes identificaram um trecho de DNA no genoma humano que aumenta o risco de doenças coronárias em populações caucasianas. Os estudos foram publicados na edição desta sexta-feira (4/5) da revista Science. As doenças do coração são uma das principais causas de morte em países ocidentais.

As equipes, a primeira liderada por Ruth McPherson, da Universidade de Ottawa (Canadá), e a segunda por Anna Helgadottir, do laboratório deCODE genetics, em Reykjavik (Islândia), utilizaram o mesmo método de trabalho com técnicas de escaneamento do genoma.

Seqüências genômicas de pacientes com doenças coronarianas ou que haviam sofrido ataques do coração foram comparados aos de grupos de controle formados por indivíduos saudáveis com o objetivo de analisar milhares de marcadores de DNA que correspondem a variações em suas “letras” individuais.

Com isso, os autores identificaram uma região genética no cromossomo 9p21. Os indivíduos com duas cópias do chamado “alelo de risco” – o que corresponde a 25% dos caucasianos – têm um risco 30% a 40% mais alto de terem doença cardíaca em comparação com os que não apresentam cópias.

Indivíduos com uma única cópia têm risco mais moderado. Mas o mecanismo pelo qual o alelo contribui para doenças coronarianas não foi esclarecido. As variantes nas seqüências na mesma região geral do cromossomo 9p21 foram recentemente associadas ao aumento do risco de diabetes tipo 2.

Na pesquisa islandesa, cerca de 17 mil pacientes foram analisados no país e nos Estados Unidos. Mais de 20% dos participantes apresentavam duas cópias da variante, correspondendo a um aumento de mais de 60% no risco de ataque cardíaco.

Segundo os pesquisadores, nos casos de pacientes que sofreram ataques precoces (antes dos 50 anos para homens e dos 60 para mulheres), a presença de duas cópias da variante correspondeu a aproximadamente um quinto da incidência dos infartos entre populações de origem européia e cerca de um terço entre os casos precoces.

Fontes:

A Common variant on chromosome 9p21 affects the risk of myocardial infarction. Anna Helgadottir et al. Published online 3 May 2007 [DOI: 10.1126/science.1142842] (in Science Express Reports).

A common allele on chromosome 9 associated with coronary heart disease. Ruth McPherson et al. Published online 3 May 2007 [DOI: 10.1126/science.1142447] (in Science Express Reports).

Agencia FAPESP

02 Maio, 2007

Novos genes do diabetes tipo 2

Foram identificadas quatro novas regiões do genoma humano que parecem conter fatores ligados ao diabetes do tipo 2. Além dessas novas seqüências, os estudos confirmaram a ligação com a doença de seis regiões que já eram suspeitas de exercer tal papel. Com mais de 200 milhões de pessoas afetadas em todo o mundo (90% dos casos, segundo a Organização Mundial de Saúde), essa é a forma mais comum da doença – e sua incidência vem aumentando rapidamente. Sabe-se que a propensão a desenvolver a doença é afetada por fatores hereditários (ter um irmão, pai ou mãe com a doença aumenta em 3,5 vezes o risco), mas essas bases genéticas ainda não são muito bem compreendidas. A fim de preencher essa lacuna, cada um dos grupos realizou uma “busca” nos genomas de milhares de voluntários que sofrem de diabetes do tipo 2, comparando-os aos genomas de pessoas que não têm a doença. Ao sobrepor os dados, as regiões do genoma que contêm genes ligados à doença se sobressaíram fornecendo aos pesquisadores pistas de onde deveriam procurar. As três equipes, então, compartilharam seus dados para aumentar o poder de análise – no total, foram estudados cerca de 32 mil pacientes. Com o trabalho das equipes de David Altschuler, do Instituto Broad da Universidade de Harvard e do MIT (EUA), de Laura Scott, da Universidade de Michigan (EUA), e de Eleftheria Zeggini, da Universidade de Oxford (Reino Unido), já são pelo menos dez as regiões do genoma associadas com alguma certeza ao diabetes tipo 2.

Fonte:
Revista Pesquisa FAPESP

01 Maio, 2007

Gene marcador de cancer de mama

Identificado novo gene envolvido com a disseminação do câncer de mama cujas células resistem a tratamentos com antiestrógenos. Gene poderá servir como biomarcador para a metástase (NIH).

A descoberta foi apresentada no 97º Encontro Anual da Associação Norte-Americana para a Pesquisa do Câncer, em Los Angeles. O gene pode vir a ser um marcador útil para estimar quais pacientes têm maior risco de recorrência do câncer de mama e auxiliar médicos a oferecer planos de tratamento mais apropriados.

A pesquisa teve foco nas células do câncer de mama que adquiriram resistência a uma classe de drogas anti-hormonais conhecidas como inibidores de aromatase (IA). Os IAs desligam a enzima aromatase, que faz o corpo produzir estrógeno fora dos ovários.

Essas drogas, de acordo com os autores do estudo, estão entre as mais novas e eficazes formas de terapia hormonal para mulheres pós-menopausa cujos tumores tiverem testes positivos para receptores de estrógeno, indicando que esse hormônio alimenta o crescimento de células cancerosas.

“Infelizmente, um dos inconvenientes para o uso prolongado de um IA é a possibilidade de algumas das células cancerosas desenvolverem resistência à droga e se espalharem independentemente do estrógeno”, disse Joan Lewis-Wambi, pesquisadora do Fox Chase que apresentou os resultados do estudo sobre células de câncer de mama agressivas resistentes aos inibidores.

“Nosso laboratório desenvolveu várias linhagens de células de câncer de mama resistentes a IA e descobriu que elas são muito invasivas se comparadas com aquelas sensíveis aos inibidores. A análise de atividade genética nessas células resistentes mostrou que elas expressam altos níveis de genes associados com características invasivas e com a metástase”, explicou.

Os pesquisadores observaram, no entanto, que podiam reverter esse comportamento agressivo utilizando moléculas conhecidas como RNAs de baixa interferência para desativar o gene chamado Ceacam 6.

“De modo geral, a pesquisa identificou o Ceacam 6 como um mediador único de agressividade e alastramento do câncer de mama resistente a IA. Isso indica que ele pode ser um importante biomarcador para a metástase e um possível alvo para novos tratamentos para pacientes com câncer de mama em metástase”, disse Joan Lewis-Wambi.

Fonte:
Agencia FAPESP