Celulas adiposas em musculares
Cientistas transformaram tecido adiposo em células musculares, disse um estudo divulgado pela revista Proceedings of the National Academy of Sciences. Segundo os cientistas do Departamento de Urologia da Escola de Medicina da Universidade da Califórnia, isto poderia conduzir a novos tratamentos contra doenças cardíacas, gastrointestinais ou da bexiga.
As células musculares são as que regulam e ativam as pulsações cardíacas e o fluxo sanguíneo. Também são as que participam do transporte do alimento através do sistema gastrointestinal (movimento peristáltico) e do funcionamento da bexiga.
"O tecido adiposo pode ser uma fonte de massa muscular suave que poderíamos aproveitar para regenerar ou reparar órgãos danificados", disse Larissa Rodríguez, professora auxiliar do Departamento de Urologia.
Rodríguez e o grupo de cientistas incubaram células adiposas derivadas de células-tronco em um cultivo com proteínas humanas que estimulam sua conversão em células musculares. Os pesquisadores indicaram que seu trabalho buscava, em última instância, encontrar fontes de massa muscular suave para o tratamento de doenças gastrointestinais e da bexiga.
Até agora, o grande obstáculo vinha sendo encontrar uma fonte confiável desse tipo de material, que pudesse ser obtida "de maneira segura e com mínima manipulação". Rodríguez disse ainda que a possibilidade de rejeição ficaria automaticamente descartada quando fossem feitos transplantes de tecido adiposo do próprio paciente para realizar a conversão.
As células musculares haviam sido criadas até agora mediante o uso de células-tronco extraídas do cérebro e da medula espinhal. Mas com o uso das células adiposas, a produção de células musculares seria muito mais fácil, indicou Rodríguez.
Fonte:
Terra Notícias
Vacina contra a gripe aviaria
A farmacêutica Glaxosmithkline (GSK) afirmou ter elaborado a vacina mais eficaz contra o vírus H5N1 da gripe aviária, que estaria disponível em 2007, segundo declarações do diretor-executivo da empresa, Jean-Pierre Garnier, à rede BBC.
Garnier afirmou que a vacina poderia estar disponível em breve.
Segundo a GSK, ela obtém a resposta mais alta de imunização com uma dose baixa devido a um remédio patenteado "auxiliar", um ingrediente que estimula o sistema imunológico.
Ainda de acordo com a GSK, os resultados da vacina se baseiam em testes clínicos feitos na Bélgica, com 400 adultos de 18 a 60 anos.
Como a dose necessária é pequena, a produção seria barata. A empresa poderia começar a fornecer a vacina ainda no fim de 2006, declarou Garnier ao programa Today, da BBC 4.
"Podemos demonstrar a eficiência da vacina de maneira muito significativa, totalmente satisfatória e segura, com uma dose de apenas 3,8 microgramas", acrescentou Garnier. "Estaremos em condição, até o fim do ano, de produzir centenas de milhões de doses", ressaltou.
Apesar de não haver uma decisão final sobre o custo, a estimativa é de cerca de 4 libras (5,8 euros) a dose. "Não sabemos quanto custaria porque ainda precisamos industrializar o processo", explicou o diretor-executivo da GSK.
A vacina foi criada para a cepa atual do vírus, mas existe a preocupação de que ele sofra uma mutação e passe a ser transmitido entre humanos. "Mas se houver uma mutação do H5N1, provavelmente a vacina seria eficaz também", disse Garnier.
O executivo anunciou a preocupação de sua companhia com os possíveis custos da vacina em países menos desenvolvidos. Segundo ele, será preciso buscar fundos de organizações que possam ajudar a financiar campanhas de vacinação.
A vacina, como outras em processo de desenvolvimento, tem que ser aprovada pelas autoridades competentes nos EUA e Europa.
Fonte:
Terra Noticias
Segundo codigo genetico no DNA
Padrões de organização nas bases da molécula de DNA podem representar um segundo código genético.
Já se sabia que o DNA determina seqüências de aminoácidos --componentes das proteínas--, mas a nova pesquisa afirma que ele pode carregar também a receita para posicionar os chamados nucleossomos. São essas as estruturas proteicas em torno das quais o DNA se "empacota" enquanto não é ativado.
A descoberta, se confirmada, daria nova perspectiva ao estudo do controle da produção de proteínas. O novo código --que existe em sobreposição ao já conhecido-- poderia ajudar a descobrir como o organismo controla a ativação de genes, fenômeno que varia entre tipos diferentes de célula. A descoberta foi de um grupo de pesquisadores do Instituto Weizmann, de Israel e saiu na revista científica Nature.
Fonte:
A genomic code for nucleosome positioningNature advance online publication 19 July 2006 | doi:10.1038/nature04979
Folha Online
Pilula contra Alzheimer
Devolvida uma pílula com a qual espera-se poder curar o Mal de Alzheimer, se tomada todos os dias.
Testes em ratos feitos pelos pesquisadores do Instituto de Pesquisa em Saúde Mental de Victoria mostram que o remédio, PBT2, previne o acúmulo da proteína amilóide, ligada à doença.
Os níveis da proteína caíram 60% em até 24 horas após uma única dose, e o desempenho da memória melhorou num período de cinco dias.
Os cientistas responsáveis pela pesquisa esperam que a nova droga possa estar no mercado em até quatro anos.
Testes em seres humanos devem começar no mês que vem, seguidos de um grande teste internacional no próximo ano.
Análises preliminares em humanos já indicaram que o medicamento não provoca nenhum grande efeito colateral.
Os pesquisadores acreditam que o PBT2 tenha o potencial de retardar o estabelecimento da doença ou reduzir seu avanço.
Memória espacial
O Mal de Alzheimer é uma doença cerebral progressiva e fatal. Ela é a causa mais comum da demência.
A doença está ligada ao acúmulo de depósitos da proteína amilóide no cérebro, formando placas comumente vistas nos cérebros dos pacientes de Alzheimer em exames após a morte.
Os cientistas australianos mostraram que a terapia com o PBT2 melhorou rapidamente e significativamente a memória espacial em camundongos.
Eles fizeram um teste com um labirinto de água que exigia dos camundongos lembrar a localização de uma plataforma submersa para poder navegar pelo labirinto.
“Estes dados são convincentes e muito animadores, porque mostram que o PBT2 não somente pode facilitar a eliminação da proteína amilóide do cérebro ou previnir sua produção, mas, o que é mais importante, melhora as faculdades cognitivas”, diz o pesquisador-chefe, Ashley Bush.
George Flink, chefe do Instituto de Pesquisas sobre Saúde Mental, descreveu a pesquisa como uma grande descoberta.
“Apesar de que muito depende da próxima fase de testes clínicos em humanos, os resultados iniciais indicam que esta droga oferece esperança a pessoas com o Mal de Alzheimer”, disse.
Descobertas novas
Susanne Sorenson, chefe de pesquisas da organização Alzheimer´s Society, disse esperar que os resultados dos testes com ratos sejam confirmados nos testes em humanos.
“Mas essas descobertas ainda são relativamente novas, e muitos testes e estudos mais são necessários para provar que o conceito funcionará em pessoas com Alzheimer e garantir que os melhores tratamentos para a doença estejam disponíveis o mais rapidamente possível”, disse.
Rebecca Wood, diretora-executiva da organização Alzheimer’s Research Trust, disse que o PBT2 está relacionado ao Clioquinol, uma pomada usada para tratar infecções da pele como o pé-de-atleta.
“Os cientistas ainda têm muito trabalho a fazer antes de uma droga estar disponível para os pacientes”, disse ela. “Muito mais pesquisas são necessárias até mesmo para verificar se a prevenção do acúmulo da proteína amilóide é realmente um benefício para os pacientes.”
“Também seria necessário desenvolver uma droga que reduzisse a quantidade de proteína amilóide sem eliminá-la completamente, já que um cérebro saudável necessita dela”, disse Wood.
Fonte:
Folha Online
Estresse e cancer de ovario
Um grupo de cientistas americanos descobriu que o estresse crônico acelera o câncer de ovários, mas esse efeito pode ser neutralizado através de um remédio contra doenças cardíacas.
Em um relatório publicado hoje pela revista Nature Medicine, os cientistas do Centro Oncológico Andersen da Universidade do Texas afirmam que existe uma relação mensurável entre o estresse e os processos biológicos que aumentam o crescimento e a propagação tumoral.
Em testes realizados em ratos, os pesquisadores afirmam que os hormônios do estresse se aderem aos receptores das células tumorais e estimulam fatores que fazem o câncer ser mais agressivo.
"Este estudo proporciona novos conhecimentos sobre como o estresse crônico e os fatores desse estresse promovem o crescimento dos tumores", disse Anil Sood, professor de oncologia ginecológica.
Na pesquisa, os cientistas bloquearam os receptores do hormônio do estresse com "bloqueador beta" conhecido como propranol, com o qual neutralizaram os efeitos do estresse sobre o crescimento tumoral.
"O conceito dos receptores hormonais do estresse e sua influência sobre o crescimento do câncer é muito novo", disse Sood, diretor do estudo. "Até agora, não se sabia muito sobre a expressão destes receptores no câncer e, o que é mais importante, se tinham alguma importância funcional. Nossas conclusões abriram um novo campo na pesquisa", acrescentou.
Fonte:
Terra Notícias
Vacina Contra Esquistossomose
Uma das primeiras vacinas contra esquistossomose do mundo começará a ser testada em pacientes brasileiros no ano que vem. O projeto, resultado de uma parceria entre uma empresa mineira e a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), já mostrou bons resultados em animais.
Trata-se de uma vacina bivalente: sua ação também se estende à fasciolose, doença que afeta o gado e cujo parasita tem parentesco próximo com o culpado pela esquistossomose. Estima-se que os prejuízos causados pela fasciolose ao rebanho mundial fiquem em torno de US$ 3 bilhões anuais.
O dinheiro, é claro, não se compara ao sofrimento humano decorrente da esquistossomose: o problema afeta cerca de 200 milhões mundo afora. A vacina foi idealizada para prevenir a infestação pelo
Schistosoma mansoni, verme que causa a doença na América Latina e na África.
"O importante é que, pela primeira vez, um país no qual essa doença é endêmica reúne a capacidade tecnológica para enfrentá-la", disse a médica Miriam Tendler, pesquisadora da Fiocruz.
A fundação detém patentes sobre a utilização de uma das proteínas do verme, a Sm14, como base para a vacina. Pelo acordo que viabilizou os testes, a empresa Alvos, em Belo Horizonte, obteve licença para avaliar a ação da Sm14 em animais. Segundo Eduardo Emrich Soares, diretor-executivo da Alvos, os ensaios já foram realizados em cerca de 20 carneiros e deverão prosseguir em mais 35 animais. Os bichos são afetados pela
Fasciola hepatica, causadora da fasciolose, que ataca o fígado.
"Estamos buscando parceiros, como a OMS (Organização Mundial da Saúde), para aumentar a escala da produção e iniciar os testes em humanos no ano que vem", afirma Soares. Ainda não há vacinas disponíveis para nenhuma das doenças, embora um tipo de imunização contra a esquistossomose, visando outra espécie do parasita, o
S. haematobium, já esteja sendo testado em humanos.
"Achamos que há espaço para duas vacinas ou mesmo, no futuro, para uma vacina que combine as duas proteínas", avalia Soares, que também é diretor-presidente da Fundação Biominas, órgão onde a Alvos foi gestada.
Como toda vacina, a que usa a Sm14 tem como meta preparar o sistema de defesa do possível hospedeiro para que, caso ele seja invadido pelo parasita, possa responder à altura e evitar que o verme se instale.
No caso do
S. mansoni, a proteína está presente na superfície do verme e também em seus órgãos internos. Seu papel está ligado ao metabolismo de lipídios, que o parasita não produz sozinho e que precisa absorver passivamente do organismo do hospedeiro. A estratégia funciona bem contra esquistossomose e fasciolose por causa do parentesco entre os dois tipos de verme.
Fonte:
Folha Online
Insulina de acafrao transgenico
Cientistas canadenses afirmam ter produzido insulina a partir de sementes de açafrão geneticamente modificadas, o que poderá reduzir os custos do tratamento contra diabetes, informou na quarta-feira o presidente da SemBioSys Genetics, empresa que realizou a pesquisa.
"A planta cresce, o gene se ativa e a semente produz insulina", disse Andrew Baum, destacando que falta ainda colher e purificar o produto. Esse procedimento permitirá aumentar de forma significativa a produção de insulina, substância atualmente produzida por meio de um custoso processo de cultivo de bactérias.
"Acreditamos poder reduzir os custos de produção em 70% e o valor de compra em 40%, talvez mais", destacou o presidente da empresa, com sede em Calgary (oeste do Canadá). "Acho que nossa tecnologia poderá atender à crescente demanda do mercado mundial de insulina."
Existem cerca de 175 milhões de diabéticos no mundo hoje, e esse número deve duplicar até 2030, de acordo com cálculos da Organização Mundial de Saúde (OMS).
A SemBioSys Genetics ainda deve testar a nova insulina em animais, antes de fazer testes clínicos em humanos, entre 2007 e 2008. Se tudo correr bem, o produto poderá ser vendido em farmácias até 2010, completou.
A insulina, que permite controlar o nível de glicose no sangue, é utilizada no tratamento de diabetes desde a década de 20.
Fonte:
Folha Online
Herança materna
Mecanismo de transmissão de bactéria da mãe para a prole de insetos auxilia pesquisa de células-tronco e tratamento de doenças tropicais.
De uma pesquisa sobre uma bactéria que sob o microscópio se parece com um grão de arroz emergiram informações que ajudam a entender a propagação de infecções e explicam um pouco melhor o desenvolvimento das células-tronco, a esperança da medicina contemporânea por originarem outros tipos de células. Além disso, algumas conclusões podem ser úteis para combater doenças tropicais como a dengue e a elefantíase.
As perspectivas que agora parecem tão amplas nasceram de uma pergunta puramente científica: Como a bactéria Wolbachia pode ter se tornado um dos microorganismos mais bem-sucedidos do planeta, a ponto de disseminar-se entre milhões de espécies de artrópodes, incluindo insetos, aranhas e crustáceos, além de vermes como a lombriga? A aranha que cai da cortina ou a mosca que entra pela janela provavelmente carregam milhares de bactérias do gênero Wolbachia.
O biólogo brasileiro Horácio Frydman carregava essa dúvida em 2002 quando bateu à porta de um dos laboratórios da Universidade de Princeton, Estados Unidos, coordenado por Eric Wieschaus, um dos ganhadores do Prêmio Nobel de Medicina em 1995 por ter descoberto os genes e os mecanismos que controlam o desenvolvimento embrionário – ele trabalhara com a mosca-das-frutas, Drosophila melanogaster, mas esses princípios se aplicam também a organismos superiores, incluindo os seres humanos.
Frydman contou-lhe que havia feito o mestrado no Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP) com Roberto Santelli e doutorado na Universidade Johns Hopkins com Allan Spradling, respeitado especialista em células-tronco, e que pretendia estudar a Wolbachia em Drosophila.
Wieschaus nunca tinha ouvido falar em Wolbachia, mas gostou da proposta e deu-lhe um ano para mostrar resultados; se não conseguisse, Frydman teria de abandonar seu projeto próprio e começar a trabalhar em uma das linhas de pesquisa em andamento no laboratório.
Fontes:
Agencia FapespRevista Pesquisa FAPESP Edição 125 - Julho 2006
Cabras transgenicas na UECE
Pesquisadores da Universidade Estadual do Ceará devem apresentar no dia 21 os primeiros resultados de uma tentativa de criar cabras geneticamente modificadas, cujo leite produziria uma proteína humana com valor terapêutico.
Dois animais nasceram na semana passada, e mais cabritas já estão a caminho, de acordo com o veterinário Vicente José de Figueiredo Freitas, que coordena a pesquisa.
"Ainda não sabemos se a construção [com DNA humano] foi incorporada, mas os resultados por enquanto têm sido estimulantes." O trabalho será apresentado na reunião da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), em Florianópolis, e Freitas espera ter resultados do exame de DNA no mês que vem.
Freitas e seus colegas tentaram inserir nos animais o gene que codificam proteína hG-CSF. Ela favorece a ação do sistema de defesa do organismo humano. A idéia é que ela seja produzida junto com o leite dos animais e depois extraída industrialmente.
Fonte:
Folha Online
Espermatozoides a partir de celulas tronco
Cientistas conseguiram dar origem a camundongos usando espermatozóides produzidos em laboratório, a partir de células-tronco embrionárias.
Eles isolaram células-tronco de embriões de poucos dias, selecionaram aquelas que haviam começado a se transformar em precursores de células de espermatozóide e as guiaram pelos vários estágios do desenvolvimento até que elas se parecessem com os gametas.
As células foram injetadas em óvulos de fêmeas de camundongo, e os embriões resultantes foram transplantados para o útero de uma fêmea. Sete filhotes nasceram, e seis cresceram até a idade adulta.
"É a primeira vez que se demonstra que é possível produzir espermatozóides a partir de células-tronco", disse o professor Karim Nayernia, que liderou a equipe que realizou o estudo, na Universidade de Gottingen, na Alemanha.
"É a base científica para a compreensão da infertilidade masculina. Antes de tratar qualquer doença temos de entendê-la no nível molecular e genético", acrescentou ele, em entrevista.
As células-tronco são células mestras do corpo, capazes de se transformar em todos os tipos de célula. Os cientistas acreditam que elas possam oferecer novos tratamentos para várias doenças.
Seu uso, porém, é polêmico, porque as células-tronco com maior poder de transformação são as encontradas em embriões, que têm de ser destruídos para que elas sejam utilizadas. As células-tronco adultas têm um potencial mais limitado. O professor John Burn, chefe do Instituto de Genética Humana na Universidade de Newcastle, na Inglaterra, descreveu a pesquisa publicada na revista Developmental Cell como um marco.
"É possível imaginar que nos próximos anos o conhecimento obtido com essa análise do caminho do desenvolvimento vai nos levar a novas formas de entender por que alguns homens são inférteis", disse ele.
Cerca de um em cada seis casais sofre alguma forma de infertilidade. Por volta de 40 por cento dos casos estão ligados a fatores masculinos. Baixa contagem de espermatozóides, azoospermia ou defeitos no formato ou no movimento dos gametas provocam a infertilidade masculina.
Nayernia, que hoje está na Universidade de Newcastle, vem trabalhando nessa pesquisa há três anos. Sua equipe criou 400 embriões, mas apenas alguns transformaram-se em camundongos, devido a problemas técnicos e de desenvolvimento.
"É um trabalho importante que se junta a uma série de descobertas que mostram que as células-tronco embrionárias podem gerar espermatozóides e óvulos em laboratório", disse Harry Moore, professor de biologia reprodutiva da Universidade de Sheffield.
Fontes:
In Vitro-Differentiated Embryonic Stem Cells Give Rise to Male Gametes that Can Generate Offspring Mice. Karim Nayernia
et al. Developmental Cell, Vol 11, 125-132, July 2006.
Gazeta Online
Maior risco de listeriose em gravidas
A listeriose é uma doença grave que atinge especialmente mulheres grávidas, com risco 20 vezes maior do que nos demais adultos. Um estudo feito por pesquisadores da Universidade da Califórnia em Berkeley, nos Estados Unidos, encontrou uma explicação para tamanha discrepância.
Transmitida pela bactéria Listeria monocytogenes, a doença tem início com sintomas parecidos com o da gripe. Mas, quando a infecção atinge o sistema nervoso, pode provocar parto prematuro ou aborto espontâneo, especialmente nos primeiros meses de gravidez. Pode também causar meningite no recém-nascido.
A listeriose também afeta adultos com sistemas imunológicos comprometidos, que podem desenvolver gastroenterite febril aguda. É adquirida pelo consumo de alimentos contaminados, como hortaliças mal lavadas ou carne mal cozida. Muito se sabe sobre a doença, mas o motivo do maior risco para as grávidas nunca ficou claro.
O estudo agora divulgado sugere que a L. monocytogenes primeiro invade a placenta onde, protegida pelo sistema imunológico humano, se prolifera rapidamente antes de sair e infectar outros órgãos.
A pesquisa, feita em porcos-da-índia, é a primeira a traçar um caminho para a infecção e derruba a idéia que se tinha de que o aumento no risco da doença seria causado por mudanças no sistema imunológico durante a gravidez. Os autores escolheram o porco-da-índia pelas semelhanças da placenta do animal com a da mulher.
“O motivo de a mãe ser mais suscetível não é necessariamente porque seu sistema imunológico está comprometido. E sim pelo fato da bactéria alojada na placenta causar a infecção. Os abortos resultantes dessas infecções podem ser um mecanismo natural de defesa contra a fonte de infecção”, disse Anna Bakardjiev, principal autora da pesquisa publicada na revista PLoS Pathogens.
De acordo com o Centro para Controle e Prevenção de Doenças, do governo norte-americano, um em cada cinco casos de listeriose resulta em morte.
Fontes:
Listeria monocytogenes traffics from maternal organs to the placenta and back. Anna I. Bakardjiev, Julie A. Theriot, Daniel A. Portnoy. PLoS Pathogens Volume 2 | Issue 6 | JUNE 2006.
Agencia Fapesp
Diferenças sexuais geneticas
O estudo, que analisou tecidos do cérebro, fígado, gordura e músculos de ratos mostrou que a expressão genética variava significativamente de acordo com o sexo dos animais.
É quase certo que o mesmo ocorra em humanos, disse a equipe da Universidade da Califórnia.
"Essa pesquisa traz importantes conclusões para o entendimento de males como diabetes, doenças cardíacas e obesidade, e identifica alvos para o desenvolvimento de terapias votadas para os diferentes sexos", disse Jake Lusis, professor de genética humana que participou do estudo.
Os pesquisadores, que publicarão os resultados na edição de agosto da revista Genome Research, disseram que até nos mesmos órgãos o índice de genes variava de modo expressivo entre homens e mulheres.
As menores diferenças estavam no tecido cerebral.
Xia Yang, um pós-doutorando em cardiologia que liderou o estudo, disse que suas consequências eram importantes.
"Homens e mulheres dividem o mesmo código genético, mas nossos achados indicam que o sexo determina o quão rapidamente o corpo pode codificar DNA para proteínas", disse Yang em um comunicado. "Isso sugere que o sexo influencia no desenvolvimento das doenças".
No tecido hepático, o estudo mostra que as funções são as mesmas em homens e mulheres, mas em diferentes níveis.
"Estudos mostram que a aspirina é mais eficiente para prevenir ataques cardíacos em homens do que em mulheres. Um sexo pode metabolizar a droga mais rápido, deixando muito pouco medicamento no organismo para produzir efeito."
Fontes:
Último Segundo