Gene da gordura
Identificado um gene que oferece uma nova pista para entender melhor a obesidade e pode levar ao desenvolvimento de novos medicamentos para o controle do metabolismo da gordura.
A proteína conhecida como lipina é uma enzima importante no processo de regulagem da gordura, e pode vir a ser usada no tratamento de condições que vão da obesidade à perda de peso em portadores de HIV.
Estudos anteriores com camundongos mostraram que a falta de lipina causa a perda de gordura, e que o excesso promove o acúmulo de uma quantidade extra, o que levou à conclusão de que a substância estaria envolvida com o metabolismo da gordura.
Em artigo que será publicado na edição de 7 de abril do
Journal of Biological Chemistry, os pesquisadores descrevem que a lipina é uma enzima denominada PAP, um catalisador proteico necessário para a formação de gorduras, especialmente triglicerídios.
O grupo usou como modelo de estudo a levedura
Saccharomyces cerevisiae . A enzima PAP desse organismo, que corresponde à lipina em mamíferos, foi isolada e verificou-se que as células sem a enzima apresentaram uma redução de 90% de gordura.
Fonte:
Agencia Fapesp
Bioquímica da longevidade
As correlações entre a insulina e a reprodução, a longevidade e a resposta ao estresse são conhecidas há pelo menos duas décadas. Na década de 1990, manipulações bioquímicas feitas nesse universo orgânico, mais especificamente sobre os receptores de insulina, mostraram que era possível aumentar a vida de um organismo.
Entretanto, como tudo está relacionado, o lado negativo do processo também apareceu. Os mesmos resultados mostraram que as alterações bioquímicas feitas com o objetivo de ampliar a longevidade diminuíram a eficiência reprodutiva e o grau de resposta a eventos estressantes dos mesmos indivíduos.
Como esse caminho biomolecular passa pela questão do envelhecimento, é bastante natural que ele continuasse chamando a atenção dos pesquisadores. O mais recente volume da revista Cell revela que essa busca será feita, a partir de agora, de um outro patamar.
“A grande novidade do trabalho feito no Instituto Salk [localizado na Califórnia] é mostrar que o envelhecimento é um processo regulado, e não simplesmente um processo natural”, afirma Gustavo Maciel, médico e cientista brasileiro que participou da equipe que desenvolveu o trabalho nos Estados Unidos. Maciel retornou a São Paulo no dia 16.
Os cientistas descobriram que essa regulagem é feita por um determinado gene, que recebeu o nome de Smk-1. A partir do entendimento do processo de regulagem, será possível imaginar que a manipulação biomolecular dentro da via de insulina – as reações químicas desencadeadas pelo hormônio – pode ocorrer de forma direta sobre o fator da longevidade sem que ocorra perda de outras funções (reprodução e resposta ao estresse).
Apesar de uma importante porta ter sido aberta, muitos estudos serão necessários até que um passo efetivamente prático, em termos sociais, possa ser dado. “É razoável imaginar que será possível, por exemplo, desenvolver uma droga com uma ação mais específica sobre esse fator de transcrição [envelhecimento] agora descrito”, explica Maciel.
Além de revelar mais um elo da via de insulina, o trabalho feito na Califórnia, segundo o pesquisador brasileiro, serve para evidenciar também a importância que os modelos biológicos têm na ciência atual. Os estudos foram feitos com o verme C. elegans, que apresenta aproximadamente 40% de similaridade genética com os seres humanos, o que é considerado bastante pelo cientistas.
“Os estudos com esse verme estão sendo feito nos principais centros de pesquisa do mundo. É importante que ele passe a ser usado mais também aqui no Brasil”, adverte Maciel. Para o pesquisador brasileiro, o estudo com o verme é uma opção bastante indicada, porque permite obter respostas em nível orgânico a perguntas científicas complexas feitas previamente.
Por Eduardo Geraque.
Fontes:
Agencia FapespSMK-1, an Essential Regulator of DAF-16-Mediated LongevityCell, Vol 124, 1039-1053, 10 March 2006
Origem Genética da Anorexia
Fatores genéticos respondem por mais da metade das chances de uma pessoa desenvolver o problema. Acredita-se que há um forte componente genético na origem da anorexia, um mal que afeta principalmente mulheres e crianças.
O estudo realizado pela psiquiatra Cynthia Bulik, da Faculdade de Medicina da Universidade da Carolina do Norte (EUA), sugere que quem sofre de anorexia tem até 10 vezes mais chances de morrer do que uma pessoa saudável da mesma idade.
Segundo a pesquisa, o fator genético responde por 56% do desenvolvimento da anorexia, sendo complementado pelos estímulos psicológicos.
Links:
A genetic link to anorexiaCynthia M. Bulik, Ph.D. Home Page
Os genes do papel
Equipes de cinco estados identificam seqüências de DNA que podem tornar o eucalipto mais resistente à seca e às doenças
Nos próximos meses devem brotar no laboratório do agrônomo Ivan de Godoy Maia, em Botucatu, interior de São Paulo, os primeiros pés de tabaco com uma característica especial: genes que não são originalmente dessa planta de folhas verde-claras grandes, largas e macias, mas do eucalipto, árvore de até 35 metros de altura e folhas duras em forma de lança. Desde o final de 2005 Maia trabalha na preparação de seis genes dessa árvore aparentemente ativos em um único tecido vegetal – a folha, o caule, a raiz, a flor ou o fruto – para implantá-los no tabaco.
A razão para produzir pés de tabaco transgênico é que essa planta cresce e atinge a fase reprodutiva em cerca de seis meses, ao menos 12 vezes mais rapidamente que o eucalipto.
Assim, é possível confirmar em pouco tempo em qual tecido vegetal cada um desses genes atua e sua provável função. Controlar esse ou outros genes é o primeiro passo para criar árvores de eucalipto mais resistentes à seca e às pragas ou capazes de produzir madeira de melhor qualidade para a extração de celulose e a produção de papel.
Esses experimentos com tabaco ou com outra planta-modelo, a
Arabidopsis thaliana, são o que os geneticistas chamam de genoma funcional – neste caso, é a terceira etapa do projeto Genoma Eucalipto, o primeiro genoma de árvore seqüenciado no Brasil. Espera-se que em alguns anos os resultados obtidos em laboratório formem plantações mais produtivas de eucalipto.
Fonte:
http://agencia.fapesp.br/index.php?s=153,3,2906&aq=s
Conferências da ONU sobre biodiversidade e biossegurança em Curitiba
As atenções do mundo todo voltam-se para Curitiba a partir desta semana, onde se realizam duas conferências da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre biodiversidade e biossegurança. A 3ª Reunião das Partes Signatárias do Protocolo de Cartagena (MOP-3), que começa nesta segunda feira, e a 8 ª Reunião das Partes da Convenção sobre Biodiversidade (COP-8), que tem início na próxima semana, vão discutir as bases para a elaboração de um tratado internacional sobre Organismos Vivos Modificados (OVM), denominação dos transgênicos segundo o Protocolo de Cartagena.
Durante as conferências, que devem trazer à capital paranaense cerca de seis mil pessoas, entre secretários de estado, membros de ONGs e ambientalistas, também serão debatidos temas como a contenção da perda da biodiversidade mundial, o valor dos recursos naturais, além da implantação no Brasil de 8,2 milhões de hectares de unidades de conservação ambiental em áreas consideradas de conflito.
Cientistas presentes, este domingo, em um debate prévio sobre o assunto defendem que o Brasil não precisaria recorrer aos transgênicos na agricultura porque destina-se à exportação.
- Por que precisamos de soja transgênica no Brasil para incrementar produção se aqui há condições produtivas por muitos anos? - interroga o professor da Agroecologia da Universidade de Berkley (EUA), Miguel Altieri. Para ele, o uso da tecnologia transgênica apenas facilita o manejo das pragas, não havendo necessidade real. - É o poder de multinacionais, como a Monsanto, que domina o mercado - criticou.
Riscos da transgenia - Outro ponto desfavorável à biotecnologia diz respeito aos riscos envolvendo o consumo de produtos transgênicos. Os estudiosos enfatizaram a falta de pesquisas científicas sobre o impacto ao meio ambiente e ao ser humano do consumo dos transgênicos.
- Apenas 1% do orçamento das empresas vai para pesquisa sobre os riscos.
No Protocolo de Cartagena, existe uma previsão de se aplicar fundos para pesquisa, mas não se chegou ainda a uma conclusão sobre quem paga a conta.
- As pesquisas ficam por conta das empresas que exploram os transgênicos, mas os governos também precisam se interessar por desenvolver essas pesquisas por ser um assunto estratégico - avaliou Jan Husby, cientista do Instituto Norueguês de Ecologia do Gene.
O gerente de Recursos Genéticos do Ministério do Meio Ambiente, Rubens Nodari, também defende a realização mais intensiva de pesquisas para comprovar ou não os riscos da transgenia.
- O Princípio da Precaução, previsto no Protocolo de Cartagena, recomenda que é preciso conhecer antes os riscos envolvidos antes de se adotar qualquer tipo de tecnologia - analisou.
O problema que passa a ser discutida é a forma de implementar de fato a avaliação de risco para os transgênicos.
As organizações não-governamentais Greenpeace e GeneWatch prometem apresentar em Curitiba o primeiro relatório global sobre o registro de contaminação por organismos geneticamente modificados durante a MOP3.
- Hoje a grande discussão é a necessidade de implantação de um sistema de controle e monitoramento de transgênicos comercializados no mundo todo - afirmou a ativista do Greenpeace, Gabriela Couto.
Fonte:
Gazeta Online
Projeto genoma Anopheles darlingi

Pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba vão integrar o projeto de seqüenciamento do principal transmissor da malária na América do Sul e Central, o mosquito
Anopheles darlingi. A segunda fase do processo de seqüenciamento, a que contará com a participação dos pesquisadores paraibanos, deve ser iniciada no final deste mês. Segundo Demetrius Araújo, professor de bioquímica da UFPB, o objetivo geral do projeto é seqüenciar parcialmente o genoma do mosquito nos estágios larval, pupa e adulto para identificar genes que possam estar associados com a alta prevalência da malária e a identificação de genes relacionados com a resistência aos inseticidas utilizados nas campanhas de controle.
A previsão é que as três etapas do projeto, que é financiado pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e inclui ainda o processamento dos dados obtidos durante o processo de seqüenciamento genômico em laboratórios de bioinformática, sejam concluídas em dois anos.
Com o objetivo de obter informações mais aprofundadas sobre a malária, os 25 laboratórios que compõem a Rede Genoma Brasileiro começaram o trabalho de seqüenciamento parcial do genoma do
Anopheles darlingi em dezembro passado a partir da produção de bibliotecas de DNA recombinante. Estas bibliotecas genômicas estão sendo construídas pela Dra. Maria Inês Ferro, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Jaboticabal, São Paulo.
Após esta primeira fase do processo, os clones serão enviados para vários laboratórios espalhados pelo país, inclusive o laboratório da UFPB, para dar início ao seqüenciamento propriamente dito do DNA do mosquito.
Os resultados obtidos com o trabalho de seqüenciamento genético da espécie
Anopheles darlingi serão comparados com o genoma de
Anopheles gambiae, vetor de malária no continente africano, que já foi seqüenciado por um consórcio internacional.
Fonte:
http://jornaldaparaiba.globo.com/cida-01-120306.html
Trombose em Vôos
O risco do surgimento de coágulos no sangue durante viagens de avião pode não estar relacionado apenas aos longos períodos em que passageiros ficam sentados, diz uma pesquisa publicada na revista científica Lancet.
Um estudo realizado por pesquisadores do Centro Médico da Universidade de Leiden, na Holanda, verificou uma coagulação mais elevada em pessoas durante oito horas de vôo do que durante o mesmo período quando elas estavam apenas sentadas, por exemplo, em um cinema.
A pesquisa sugere que pressão e níveis de oxigênio baixos podem influenciar no processo de coagulação.
A Trombose Venosa Profunda (TVB) ocorre quando o sangue que corre pelas veias mais profundas da panturrilha e das coxas passa tão lentamente a ponto de permitir a formação de um coágulo sólido.
A TVB não é mortal, mas ela é associada a complicações que podem ser fatais.
Por exemplo, um pedaço de coágulo pode se soltar e se instalar nos pulmões, resultando numa embolia pulmonar potencialmente fatal.
Os pesquisadores mediram os níveis de substâncias químicas que indicam coagulação em 71 voluntários saudáveis antes, durante e imediatamente após um vôo de oito horas.
Eles também compararam as concentrações destas substâncias das mesmas pessoas durante oito horas de uma longa sessão de cinema e oito horas de atividades diárias normais.
De cada 10 participantes, quatro carregavam um gene que os colocavam em risco mais elevado de desenvolver trombose.
Os resultados mostraram uma concentração maior das substâncias químicas durante o vôo em comparação com a das outras duas situações – principalmente nos voluntários com outros fatores de risco, como o gene.
Fatores de risco
O chefe da equipe de pesquisadores, Frits Rosendaal, disse à BBC que a imobilização durante um vôo longo provavelmente continua sendo o principal fator de risco.
Porém, ele ressaltou: "Nosso estudo sugere que não é apenas a imobilização, que existe algo além disso que contribui para o risco quando você está voando que não existe quando você está sentado durante um longo período no solo".
Rosendaal disse que os motivos mais prováveis são a pressão e os níveis de oxigênio baixos, mas ele ressaltou que não dá para se descartar outros fatores potenciais, como o estresse.
O cirurgião vascular do Hospital Lister, em Londres, John Scurr disse que estudos anteriores sobre o possível impacto de níveis reduzidos de oxigênio e pressão do ar no risco de produção de coágulos apresentaram resultados variados.
"Atualmente, a única prova que temos é de que a imobilização é o fator mais importante, mas vários de nós suspeitamos há um bom tempo que deve haver outros fatores."
Entretanto, Scurr afirmou ser necessário um estudo muito maior para fornecer respostas definitivas. Ele disse, porém, que os riscos para os viajantes são baixos.
Fonte:
http://www.bbc.co.uk/portuguese/ciencia/story/2006/03/060310_tromboseaw.shtml
Expressão gênica separa humanos de chimpanzés
Como é possível que serem humanos e chimpanzés, que têm 99% dos genes em comum, sejam tão diferentes? Segundo cientistas dos Estados Unidos e da Austrália, isso se deve em grande parte não aos genes em si, mas à expressão deles.
A expressão genética é o processo pelo qual os genes são "ligados" ou "desligados". Nem todos os cerca de 30 mil genes humanos funcionam ao mesmo tempo em todas as células.
"Achamos que a expressão genética é uma parte importante do que separa chimpanzés e humanos", disse Kevin White, professor-associado de Genética, Ecologia e Evolução na Universidade Yale, dos Estados Unidos.
White e pesquisadores da Universidade de Chicago e do Instituto Parkvile, de Vitória, Austrália, observaram a expressão dos genes em humanos, chimpanzés, orangotangos e macacos rhesus.
Eles usaram uma nova tecnologia para comparar o nível de expressão de 1.056 gêneros nas quatro espécies. "Ao observarmos a expressão genética, encontramos diferenças bastante pequenas em 65 milhões de anos da evolução de macacos, orangotangos e chimpanzés", disse Yoav Gilad, da Universidade de Chicago, chefe da equipe de pesquisa.
Segundo ele, o que houve foram rápidas mudanças em grupos específicos de genes, os chamados fatores de transcrição, que controlam a expressão de outros genes. Isso ocorre desde que os humanos divergiram de seus ancestrais símios, nos últimos 5 milhões de anos.
"Esta rápida evolução nos fatores de transcrição ocorreram apenas em humanos", acrescentou Gilad em nota. A pesquisa, publicada na revista Nature, apóia a hipótese sugerida há 30 anos por Mary-Claire King e Allan Wilson, segundo a qual as principais diferenças entre humanos e chimpanzés se deve à expressão de seus genes.
Até o mapeamento do genoma humano e o desenvolvimento da tecnologia necessária à análise em grande escala da expressão genética, não era possível testar tal hipótese.
Gilad, White e seus colegas usaram amostras do fígado de cinco machos de cada uma das quatro espécies. Eles descobriram que cerca de 60% dos genes tinham níveis consistentes de expressão em humanos e nos outros animais.
Mas os fatores de transcrição dos genes têm mais probabilidade de terem mudado seus padrões de expressão dos que os genes regulados por tais fatores.
"Especificamente na linhagem humana, os fatores de transcrição estão mudando e evoluindo sua expressão em um ritmo mais rápido do que em outras linhagens, particularmente em comparação com os chimpanzés", disse White.
Os pesquisadores não sabem o que provocou essa mudança nos fatores de expressão dos genes humanos, mas suspeitam que isso se deva ao ambiente, à aquisição do fogo e à preferência por comida cozida. O grupo pretende no futuro usar outros tipos de tecidos para ampliar a comparação da pesquisa genética.
Fonte:
http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI910318-EI296,00.html
Extratos de plantas contra doença de Chagas
Compostos de plantas brasileiras têm se mostrado eficientes no combate ao Trypanosoma cruzi, protozoário causador da doença de Chagas. É o que revela trabalho de pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro.
A novidade vem do setor de Quimioterapia Experimental, do Laboratório de Ultra-Estrutura e Biologia Celular do IOC, onde foram testados três compostos extraídos das naftoquinonas, extratos derivados de plantas das famílias bignoniáceas e verbenáceas.
Três compostos se mostraram ativos sobre as três formas evolutivas do Trypanosoma cruzi: a epimastigota, que fica instalada no interior do barbeiro, o inseto transmissor do parasita; a tripomastigota, forma instalada na corrente sangüínea dos indivíduos infectados; e a amastigota, que fica no interior das células.
As bignoniáceas (como o ipê e o jacarandá) e as verbenáceas (como a lágrima-de-cristo) são encontradas em abundância no país. Isso permite o acesso a uma grande quantidade de matéria-prima no caso da produção em larga escala de novos medicamentos.
Os medicamentos produzidos pela indústria farmacêutica são pouco eficazes na fase crônica da doença de Chagas, que atinge atualmente cerca de 5 milhões de brasileiros. A intenção é dos pesquisadores é justamente encontrar compostos que sejam ativos nessa fase. A doença de Chagas é endêmica no Brasil e ainda não tem cura.
Mais detalhes:
http://www.agencia.fapesp.br/boletim_dentro.php?data[id_materia_boletim]=5172
Genes determinam cegueira entre idosos
Três em cada quatro casos de uma doença que é considerada a causa principal de cegueira entre os idosos se devem à ação de dois genes, segundo as últimas pesquisas publicadas pela revista Nature Genetics.
Cientistas das Universidades de Iowa e de Columbia, Nova York (EUA), descobriram que 74% dos pacientes que sofrem a chamada degeneração macular relacionada com a idade sofreram mutações em um ou dois desses genes.
Essa degeneração macular afeta a retina de 10% das pessoas com mais de 60 anos. Os cientistas conseguem compreender a maioria dos transtornos atribuídos a apenas uma mutação genética, como a doença de Hungtington ou a fibrose cística.
No entanto, é difícil para eles estabelecer o fator desencadeante de condições que se devem a mais de uma mutação genética.
A degeneração macular provoca a perda gradual da vista por causa do dano causado à mácula, área central da retina, muito sensível e responsável por uma boa visão.
Embora se saiba há muito tempo que a doença tem um forte componente hereditário, as últimas pesquisas indicam que as variantes de um gene conhecido como Fator H aumentam o índice de probabilidades de desenvolvê-la. O Fator H produz uma proteína que dá por encerrada a resposta imunológica a uma infecção bacteriana ou viral uma vez eliminados os elementos patógenos, o que evita danos ao tecido saudável.
As mutações desse gene parecem originar uma forte inflamação que pode causar danos à retina. O Fator H, no entanto, só pode explicar entre 30% e 60% dos casos da degeneração macular, por isso os cientistas analisaram outros genes para entender o que ocorre nos outros casos.
Uma nova análise genética de 1,3 mil pessoas levou os cientistas a concluírem que um segundo gene, conhecido como Fator B, também tem um impacto significativo nessa doença.
Este segundo fator desencadeia, em vez de frear, a resposta imunológica, e algumas variantes do mesmo parecem proteger o olho quando o indivíduo sofre uma mutação prejudicial do Fator H.
Segundo o estudo publicado na Nature Genetics, os dois fatores são responsáveis por 74% dos casos registrados da doença. "Confirmamos sua associação não só estatística e geneticamente, mas, o que é mais importante, determinamos a origem biológica da doença", afirma o diretor do estudo, Rando Allikmets, da Columbia University.
Fonte:
http://noticias.terra.com.br/mundo/interna/0,,OI906104-EI294,00.html
Prêmio CAPES de Teses Homenageia Cientistas Brasileiros
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior do Ministério da Educação (Capes/MEC) vai homenagear os cientistas César Lattes, Florestan Fernandes, e Carl Peter von Dietrich, na primeira edição do Prêmio Capes de Tese e Grande Prêmio Capes de Tese. As inscrições para o concurso foram abertas nesta quarta-feira, 1. A cada ano, novos cientistas serão escolhidos para dar nome aos títulos dos prêmios. A premiação será entregue em julho, por ocasião das comemorações do aniversário da Capes.
As grandes áreas de ciências biológicas, ciências da saúde e ciências agrárias estão englobadas no Grande Prêmio Capes de Tese Carl Peter von Dietrich. Médico, com atuação em pesquisa principalmente nas áreas de ciências biológicas, bioquímica, e biologia molecular, Dietrich (1936-1995) é o descobridor da estrutura da heparina, substância anticoagulante.
Premiação - O Prêmio Capes de Tese consiste em diploma, medalha e bolsa de pós-doutorado nacional de um ano, para o autor da tese; auxílio equivalente a uma participação em congresso nacional, para o orientador, ou igual soma de recursos aplicável no custeio de projeto aprovado pela Capes. O Grande Prêmio dará diploma, medalha e bolsa de pós-doutorado internacional de um ano, para o autor da tese, auxílio equivalente a uma participação em congresso internacional, para o orientador, ou igual soma de recursos aplicável no custeio de projeto aprovado pela Capes. As duas modalidades incluem, também, distinção a ser outorgada ao programa em que foi defendida a tese.
Mais informações:
http://www.capes.gov.br/capes/portal/conteudo/10/N02_02032006S.htm
Droga contra Alzheimer
Cientistas da Universidade da Califórnia identificaram uma droga que parece bloquear o avanço do mal de Alzheimer, de acordo com um estudo publicado no jornal médico Neuron.
A droga AF267B reverteu a perda de memória e problemas de aprendizado em testes realizados em camundongos.
Análises mostraram também que ela reduz a quantidade de pedaços e nódulos de proteínas geralmente encontrados em pacientes da doença.
A droga foi desenvolvida para ativar receptores de um químico cerebral chamado acetilcolina, abundantes em duas áreas do cérebro, o hipocampo e o córtex.
Mais testesAmbos são conhecidos por serem vulneráveis ao acúmulo de placas proteicas que, acredita-se, destroem as células cerebrais.
Os pesquisadores administraram a droga em camundongos tratados para apresentar sinais clássicos de Alzheimer.
Estes animais tiveram um melhor desempenho em testes de memória do que os que não receberam o AF267B.
A droga também diminui as placas de proteína no hipocampo e no córtex, embora não tenha apresentado resultados em outra zona do cérebro chamada amígdala.
Os responsáveis pelo estudo dizem que, embora ainda sejam necessários testes completos em humanos para se ter uma conclusão precisa, os resultados até o momento são animadores.
Fonte:
http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2006/03/060302_alzheimerestudorc.shtml
Milho transgênico liberado para humanos
A Comissão Européia (CE) aprovou hoje a comercialização do milho transgênico "1507" como alimento para humanos ou ingrediente alimentício nos mercados da UE, informaram fontes do bloco.
Bruxelas aprovou a venda e o emprego em produtos como óleos e farinhas do milho geneticamente modificado para resistir a determinadas infestações de insetos.
Os produtos que contenham este organismo geneticamente modificado (OGM) deverão indicar na etiqueta.
A CE autorizou o milho "1507" unilateralmente, depois que os ministros de Agricultura da UE não conseguissem um consenso. Não houve maioria suficiente a favor nem contra a permissão.
O milho "1507" foi manipulado geneticamente para resistir melhor a parasitas lepidópteros (borboletas principalmente), à broca (praga) e para tolerar o herbicida glufosinato de amônio.
Em novembro, a Comissão aprovou a importação e processamento para alimentação animal deste transgênico comercializado pela empresa Pioneer Hi-Bred, subsidiária da Dupont.
Desde que a UE pôs fim, em 2004, à moratória aplicada durante seis anos à autorização de novos transgênicos, todos os Organismos Geneticamente Modificados (OGM) foram aprovados pela Comissão já que os 25 países-membros não entram em acordo para liberá-los nem para impedi-los.
A Comissão apresentará no dia 9 um relatório sobre os progressos dos países do bloco na aplicação de regras nacionais que garantam a coexistência entre os OGM e outros tipos de cultivos (convencionais e orgânicos).
Atualmente, a plantação de OGM com fins comerciais é muito restrita na UE. A Espanha é o principal produtor de transgênicos, principalmente de milho.
Em 2003, a Comissão indicou aos países que desenvolvam estratégias que garantem a compatibilidade dos OGM com outras classes de agricultura, mas com caráter nacional e não comunitário.
Bruxelas considera que as regras sobre a coexistência devem evitar prejuízos econômicos em conseqüência dessas misturas involuntárias.
Fontes:
http://www.efe.eshttp://ultimosegundo.ig.com.br
Fumo e distúrbios psiquiátricos
Estudo feito no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) reforça a idéia de que o cigarro tem a capacidade de afetar também a saúde mental dos indivíduos.
A principal conclusão da pesquisa de revisão bibliográfica feita por Hercílio da Oliveira Jr. e André Malbergier, do Grupo Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas (Grea) da FMUSP, é que a incidência de doenças mentais é mais evidente nos fumantes do que no restante da população.
Os pesquisadores fizeram um levantamento em mais de 70 artigos da base de dados internacional Medline. “Priorizamos os artigos mais recentes e que apresentaram melhor metodologia”, disse Oliveira Jr. à Agência FAPESP.
Os autores fizeram a associação de palavras-chave, em inglês, como “fumo” ou “dependência de nicotina”, com termos que representam comorbidades psiquiátricas, como “depressão” e “esquizofrenia”. No cruzamento de “fumo” e “depressão” foram encontradas 1.469 referências.
“Esse é um número considerado muito alto e que nos mostra uma via de mão dupla. Em primeiro lugar, indica que o tabagismo predispõe o indivíduo a algumas doenças psiquiátricas”, disse Oliveira Jr.
“Por outro lado, os indivíduos que já apresentam doenças mentais fumam muito mais do que outros fumantes que não sofrem nenhum tipo de desvio psiquiátrico”, conta. “Essas pessoas ficam mais dependentes da nicotina. Nesse caso o cigarro tem um efeito calmante e serve para aliviar a ansiedade.”
Além da depressão, a revisão literária associou a palavra “fumo” com outros transtornos, como “pânico”, “transtorno de déficit de atenção e hiperatividade”, “esquizofrenia” e “abuso de drogas”. Os resultados foram, respectivamente, 57, 181, 364 e 6.774 referências nos artigos analisados.
A associação entre tabagismo e abuso de drogas foi bem maior do que a depressão. “Isso comprova um velho modelo, que também é foco de muitos estudos, no qual o uso do cigarro pode ser a porta de entrada para outras substâncias. Os artigos apontam que aqueles que fumam cigarro têm uma predisposição muito maior de se viciar em drogas mais pesadas”, diz Oliveira Jr.
Os resultados da análise de Oliveira Jr. e Malbergier foram publicados na Revista de Psiquiatria Clínica.
O artigo Dependência de tabaco e comorbidade psiquiátrica, disponível na biblioteca on-line SciELO
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-60832005000500005&lng=pt&nrm=iso&tlng=ptFonte:
http://www.agencia.fapesp.br/boletim_dentro.php?id=5144