Genes da ulcera em Helicobacter pylori
Pesquisadores do Hospital das Clínicas de São Paulo descobriram, depois de dois anos de estudos, três importantes indicadores de risco de o paciente desenvolver úlcera. Os indicadores estão nos genes da bactéria Helicobacter pylori, causadora da doença. Com isso, a médio prazo, os médicos poderão decidir com mais clareza quais pacientes têm indicação de tratamento imediato.
Atualmente somente as pessoas com a úlcera já instalada no estômago são encaminhadas para tratamento. Ainda não há um consenso de abordagem clínica para as pessoas que têm a bactéria mas não possuem nenhuma lesão.
Segundo o jornal Folha de S.Paulo, os pesquisadores analisaram a carga genética de uma parte da bactéria H. pylori chamada "ilha cag". É essa ilha que tem a capacidade de causar doenças como gastrite, úlcera e câncer no estômago. O estudo - inédito no Brasil - foi coordenado pela patologista Rejane Mattar. Segundo ela, pelo menos 60% da população brasileira tem essa bactéria.
O tratamento dura cerca de dez dias e inclui o uso de dois antibióticos e um inibidor de bomba de próton (que diminui a acidez do estômago).
Genoma de Clostridium difficile
O genoma de uma bactéria hospitalar multirresistente a antibióticos, a
Clostridium difficile, responsável por problemas intestinais que podem ameaçar a vida do paciente infectado, acaba de ser decifrado por pesquisadores do Instituto britânico Sanger, em Cambridge.
Principal causa das infecções hospitalares dos países desenvolvidos, a bactéria
C.difficile foi responsável em 2004 por cerca de 44 mil infecções no Reino Unido.
Ela provoca diarréias associadas ao consumo de antibióticos e, menos freqüentemente, colites cuja mortalidade pode atingir entre 30% e 50% dos pacientes em caso de complicações (perfuração, choque tóxico).
Esta bactéria é "a mais difundida e provoca mortalidade superior à da superbactéria MRSA+, o estafilococo dourado resistente à meticilina", segundo o Instituto de Cambridge.
"Mais de 10% do genoma de
C.difficile é formado por elementos móveis", segundo o doutor Mohammed Sebaihia, que dirigiu o deciframento do genoma proveniente de um paciente hospitalizado na Suíça. Extremamente variável, a bactéria pode modificar-se e tornar-se resistente aos tratamentos.
A metade desses genes está ausente das bactérias próximas (como as causadoras do botulismo, da gangrena gososa, do tétano), desprovidas dessa capacidade de mutação.
A bactéria pode "hibernar" sob a forma de esporos, e como esses esporos são muito resistentes à maior parte dos antibióticos, é muito difícil erradicar a bactéria, que pode facilmente se propagar entre os doentes.
Uma nova cepa mais agressiva, nomeada "027", surgiu em 2003 nos hospitais dos Estados Unidos e provocou várias mortes. A "027" apareceu posteriormente no Reino Unido, na Bélgica e na Holanda. Na França, ela foi registrada pela primeira vez em 2006, em 33 pacientes (de 27 a 95 anos) infectados entre janeiro e abril, no hospital de Valenciennes (Norte). Mas não foram registradas mortes neste caso.
Apenas dois antibióticos (metronidazole ou vancomicina) são eficazes, garante o instituto Sanger.
A informação revelada pela análise do genoma da bactéria poderia contribuir para o desenvolvimento de novas estratégias de prevenção e de detecção de infecções e, a longo prazo, levar a novos tratamentos, segundo o instituto.
Fontes:
The multidrug-resistant human pathogen Clostridium difficile has a highly mobile, mosaic genome. Mohammed Sebaihia et al. Nature Genetics, 25 June 2006.
Terra Notícias
Teste para detectar desordens geneticas em embrioes
Cientistas britânicos desenvolveram um novo e rápido teste de escaneamento de DNA para detectar desordens genéticas em embriões. Em vez de procurar por um gene alterado ligado a uma doença herdada, o novo teste analisa o código genético, ou marcadores, próximos ao gene.
A técnica, que foi apresentada na conferência de fertilidade européia, possibilitará que mais casais sob risco de transmitir doenças genéticas graves a suas crianças certifiquem-se de que apenas embriões saudáveis sejam usados em processos de fertilização in-vitro.
- Porque você não está olhando para o gene, que pode varira em famílias diferentes, estes marcadores podem ser aplicados a muitas famílias - disse Alison Lashwood, da Guy na St. Thomas NHS Foundation Trust, em Londres, onde os testes foram desenvolvidos.
Até agora, o teste foi aplicado em sete mulheres, cindo das quais estão grávidas. Elas foram testadas para casos de fibrose cística, uma doença genética comum que afeta os pulmões e o sistema digestivo, e distrofia muscular Duchenne, uma desordem muscular degenerativa em homens.
Fonte:
Globo Online
Celulas tronco usadas para regenerar nervos
Cientistas americanos conseguiram recuperar movimento em ratos paralisados usando células-tronco extraídas dos embriões, informou hoje um estudo divulgado pela revista "Annals of Neurology".
Segundo os pesquisadores, os resultados do estudo são a melhor prova de que as células embrionárias podem ser utilizadas no tratamento de pessoas com lesões na coluna e outros traumas de caráter neurológico.
"O estudo proporciona uma técnica para utilizar células-tronco a fim de reconectar o sistema neurológico. Em última instância, podemos conseguir a mesma coisa em seres humanos embora ainda reste um longo caminho a percorres", disse Douglas Kerr, da Escola de Medicina da Universidade Johns Hopkins.
Os cientistas liderados por Kerr utilizaram uma combinação de compostos chamados "fatores de crescimento" para que as células-tronco embrionárias dos roedores se transformassem em células neurológicas, chamadas "neurônios motrizes".
O transplante das células, com a mistura adequada de compostos, ajudou os ratos paralisados a regenerar parcialmente suas células neurais e a usar suas patas traseiras.
"É um avanço notável, que pode ajudar a entender a forma como poderemos usar as células-tronco para tratar lesões e doenças e começar a tornar realidade sua grande promessa", disse Elias Zerhouni, diretor do Instituto Nacional da Saúde, um órgão federal que financiou a pesquisa.
Os adversários da pesquisa, em sua maioria setores conservadores religiosos, acreditam que embriões humanos não devem ser utilizados porque é "moralmente incorreto". Além disso, a lei federal dos Estados Unidos, respaldada pelo Governo do presidente George W.
Bush, proíbe usar fundos federais para investigações deste tipo.
Segundo os defensores da pesquisa, as células-tronco embrionárias poderiam ajudar na busca de tratamentos para doenças neurológicas incuráveis, como o mal de Alzheimer, e lesões espinais que causam a paralisia total ou parcial.
Fontes:
Terra Notícias
Soja transgenica tolerante a seca
A Embrapa Soja, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária-Embrapa e o Instituto de Pesquisa do Governo Japonês-Jircas, anunciaram durante o IV Congresso Brasileiro de Soja, realizado de 05 a 08 junho, a obtenção de uma soja geneticamente modificada para maior tolerância à seca. A nova planta recebeu um gene chamado
Dreb, extraído da planta
Arabidopsis thaliana, a primeira planta que teve seu genoma sequenciado.
O gene
Dreb (
Dehydration Responsive Element Binding Protein) codifica uma proteína que aciona os genes de defesa das estruturas celulares da planta. A patente do gene pertence ao Jircas (
Japan Internacional Research Center for Agricultural Sciences), instituto de pesquisa japonês que firmou acordo com a Embrapa para uso em soja.
Os testes de campo com a soja
Dreb devem durar cerca de 2 anos. Paralelamente, serão iniciados os estudos de biossegurança, considerando questões ambientais e de segurança alimentar humana e animal. A tecnologia Dreb também está sendo usada em pesquisas com tabaco, arroz e trigo por outros grupos de pesquisa do mundo.
Fontes:
SeedQuestEmbrapa
Linhagem estavel de celulas-tronco do figado
Pesquisa liderada por brasileiro nos Estados Unidos conseguiu isolar e caracterizar uma linhagem estável de células-tronco do fígado humano. As células multipotentes, ao serem transplantadas em camundongos com problemas no fígado, não apenas sobreviveram como foram capazes de restabelecer parte do tecido danificado.
O estudo foi feito nos Estados Unidos por um grupo liderado pelo brasileiro Nelson Fausto, professor e chefe do Departamento de Patologia da Universidade de Washington.
Células-tronco multipotentes, ou pluripotentes, podem se diferenciar em quase todos os tipos de tecidos humanos (menos placenta e anexos embrionários) e têm oferecido perspectivas inovadoras para o desenvolvimento de novas técnicas e eventuais tratamentos médicos.
O fígado adulto contém um reservatório de células progenitoras, que dão ao órgão um elevado potencial regenerativo, mas até hoje tais células não haviam sido isoladas de fígados humanos.
A equipe de Fausto, todos da mesma universidade, conseguiu isolar e caracterizar células progenitoras não modificadas de fígados fetais, entre 74 e 108 dias, obtidos a partir de abortos legais.
As células foram transplantadas diretamente em camundongos com deficiência imunológica, nos quais foram induzidos danos agudos no fígado. Para determinar se as células estavam se expandindo medimos os níveis de albumina humana no sangue dos animais.
Fontes:
Isolation of multipotent progenitor cells from human fetal liver capable of differentiating into liver and mesenchymal lineages. N. Fausto, Y. Y. Dan, K. J. Riehle, C. Lazaro, N. Teoh, J. Haque e J. S. Campbell
http://www.pnas.orgAgência Fapesp
Tratamento genetico inibe cancer de ovario
Um tratamento genético conseguiu eliminar ou inibir o crescimento tumoral do câncer de ovário em ratos, segundo estudo apresentado na reunião anual da Sociedade de Tratamento Genético dos Estados Unidos, em Baltimore (Maryland).
De acordo com os pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade de Pittsburgh (Pensilvânia), este tratamento poderia melhorar de forma significativa a detecção de pacientes com câncer de ovário.
Em seu estudo, os cientistas inocularam células de câncer de ovário em ratos e trataram alguns com um vírus geneticamente modificado que continha um gene suicida.
Ao mesmo tempo, adiaram o tratamento de outros ratos durante 30 ou 60 dias.
No caso dos animais de controle, estes receberam as células de câncer de ovário, mas não o tratamento genético.
Os pesquisadores descobriram que, nos ratos tratados imediatamente com tratamento genético, o crescimento do tumor parou totalmente.
Por outro lado, naqueles em que o tratamento foi adiado, a redução foi significativa, disseram os cientistas.
Em contraste, todos os ratos que não receberam tratamento genético morreram ou tiveram que ser sacrificados devido ao crescimento do câncer.
Segundo David Bartlett, chefe da Divisão de Cirurgia Oncológica da Escola de Medicina da Universidade de Pittsburgh, o tratamento coloca um novo enfoque na luta contra o câncer de ovário.
Bartlett disse que, diante da seletividade do tumor e da mortalidade do câncer, os produtos genéticos "representam uma alternativa potente e não tóxica para o tratamento desta gravíssima e mortal doença".
Fonte:
Último Segundo