22 Maio, 2009

Novo Papel do Prion

Sabe-se que a proteína príon celular (PrPC), altamente expressa na superfície das células do sistema nervoso, tem papel importante no amadurecimento e na formação dos prolongamentos dos neurônios, além de protegê-los da morte celular programada – a apoptose. Ela também modula a resposta do sistema imunológico às inflamações e há evidências de que proteja as células neuronais contra a isquemia, ou falta de oxigênio.

Um novo estudo feito por pesquisadores brasileiros sugere que a expressão da PrPC também pode modular a agressividade de células tumorais. O trabalho, coordenado pela professora Vilma Regina Martins, do Instituto Ludwig de Pesquisa sobre o Câncer, foi publicado na edição on-line da revista International Journal of Cancer.

Resultado do Projeto Temático “Papel da proteína príon celular em processos fisiológicos e patológicos”, apoiado pela FAPESP e coordenado por Vilma, o estudo teve a participação de Angelita Muras e Glaucia Hajj, também do Instituto Ludwig, de Karina Ribeiro e Regina Nomizo, do Hospital A.C. Camargo, de Sueli Nonogaki, do Instituto Adolfo Lutz, e de Roger Chammas, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

O estudo indica que a falta da PrPC na célula leva à ativação de outras proteínas que, por sua vez, tornam o tumor mais agressivo. Em um neurônio normal, por exemplo, a proteína príon tem o papel de preservar a capacidade de a célula formar axônios e conexões. Mas em uma célula tumoral, as modificações ocasionadas pela ausência da PrPC levaram a uma maior agressividade do tumor.



Fontes:

Agência FAPESP

Prion protein ablation increases cellular aggregation and embolization contributing to mechanisms of metastasis